domingo, setembro 19, 2004

O Estado, e muito bem...

Em cada 100 euros que o meu patrão paga pela minha força de trabalho, o Estado, e muito bem, tira-me 20 euros para o IRS e 11 euros para a Segurança Social.

O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a Segurança Social.

E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 33 euros.

Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100 euros que o meu patrão me pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19 euros para si.

Em resumo:

Quando ganho 100 euros, o Estado fica quase com 55.

Quando gasto 100 euros, o Estado, no mínimo, cobra 19.

Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 33.

Quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.

Eu pago e acho muito bem, portanto, exijo:

Um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro emprego para os meus filhos.

Serviços de saúde exemplares.

Um hospital bem equipado a menos de 20 km de minha casa.

Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o País.

Auto-estradas sem portagens.

Pontes que não caiam.

Tribunais com capacidade para decidir processos em menos de um ano.

Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos.

Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida.

Jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros.

Policia eficiente e equipada.

Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público.


E que não haja um único caso de fome e de miséria nesta terra.

Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal garantem ao Estado 100 euros de receita. Portanto Doutor Santana Lopes, governe-se com o dinheirinho que lhe dou porque eu quero e tenho direito a tudo!


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