domingo, outubro 10, 2004

Grande Susto

Foi numa fila como esta q amolgaram o meu carro Um destes domingos, contra o que me é habitual, resolvi ir almoçar a Setúbal.
Assim lá pelas 12h30 +/-, saímos de casa decididos a ir degustar uma bela caldeirada no restaurante Plano, que fica junto à doca em Setúbal, ali mesmo ao lado do cais do ferry.

Chegados à ponte 25 de Abril junto à zona da pimenteira, deparamos com a fila de transito parada, e nós, claro, paramos também. A nossa frente num Bmw, também ele parado, a senhora no banco do pendura retocava a maquilhagem.
Após cerca de minuto e meio sensivelmente, somos arremessados contra o Bmw, tinham batido na nossa traseira. O meu condutor saiu do carro, assim como o condutor do Bmw, também ele amachucado, para verem a gravidade do acidente. Decidiram, para não empatar o trânsito, encostas um pouco mais à frente.

O carro que nos bateu era um Polo, e ao volante vinha uma senhora jovem ainda e extremamente nervosa. Com a pancada fomos nós também bater no tal Bmw, onde a senhora apresentava queixas ao nível da coluna cervical, [posteriormente vim a saber que não teve sequelas].

Resumindo dos três carros o meu é o que se encontra em pior estado, a bagageira não abre, e os pára-choques dianteiro e traseiro, estão bastante amolgados. Os três condutores, chegaram a acordo e foi feita a participação amigável e o caso está prestes a ser resolvido.
Bom, posto isto dirão vocês: " Mas em que é que esta estoria é diferente das outras?" Já explico!

Estando no dia seguinte (segunda-feira) parada numa transversal da Av. da República, já depois de ter feito a participação à companhia de seguros, eis que me sinto [de novo] projectada, desta vez para o vazio pois não estava ninguém à minha frente.
Penso para comigo "irra já não posso sair de casa". A pancada foi pequena e se o carro não estivesse já amolgado, não o ficaria, porém começava aqui uma das mais caricatas situações vividas por mim.
O senhor que me bateu (levemente), esticou o pescoço para ver os estragos que teria feito e deitou as mãos à cabeça, da sua boca ouvi sair um "Valha-me Deus".Saindo do carro, o senhor já visivelmente alterado, bastante nervoso balbuciava com a mão na cabeça, "Ai valha-me Deus", "mas como é que isto foi possível" " é claro que a culpa é minha" etc, etc...

No meio de tanto nervosismo eis que começo a rir, um riso descontrolado e que deixou o senhor ainda mais nervoso, vocês não estão a ver a cara do sujeito a olhar para os estragos do meu carro, já que no dele não havia um beliscão.
Quando finalmente me controlei, disse para o senhor:- "Bolas pá ainda ontem me bateram e agora você outra vez"O homem olhou para mim e incrédulo pergunta: - "Então quer dizer que não fui eu quem fez estes estragos todos?"
- Não, não foi o senhor, pode ir à sua vida que eu tenho mais o que fazer. E continuando a rir, arranquei, não sem antes olhar para a cara do homem que mudou de cor não sei quantas vezes, até voltar à cor normal, mas ligeiramente pálida.

Coitado não ganhou para o susto.